CPI do Cachoeira tem 4 piauienses - Ciro,Iracema, Osmar e e Wellington

Ciro Nogueira e Iracema Nogueira e Osmar Júnior são escolhidos para a CPI do Cachoeira e Wellington disputa vaga

Os partidos com representação no Congresso já anunciaram as indicações de pelo menos 18 dos 32 integrantes da CPI mista criada na quinta-feira para investigar as relações de políticos, governantes e empresários com o bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro, acusado de chefiar um esquema de jogo ilegal.

Quatro piauienses vão integrar a CPI do Cachoeira. O PP nacional indicou do Piauí o senador Ciro Nogueira e a deputada federal Iracema Portella como titulares da CPI do Cachoeira. O líder do PT no Senado, Waldir Pinheiro (MS) disse na tarde de quinta-feira que vai anunciar os escolhidos do partido para integrarem a CPI na próxima semana que pode ser ele ou o senador piauiense Wellington Dias.

O PC do B indicou o deputado federal piauiense Osmar Júnior como suplente na CPI do Cachoeira.

Ciro Nogueira diz que a CPI reunirá todos os documentos e, a partir do que for concluído, será elaborado um relatório que será encaminhado ao Ministério Público ou órgão competente para que as devidas providências sejam tomadas, a partir da conclusão apresentada.

“A princípio, imaginamos que a CPI poderá esclarecer o grau de envolvimento do empresário Carlinhos Cachoeira com autoridades; em que esta relação ou relações eram pautadas e de que forma”, falou Ciro Nogueira..

Ciro Nogueira falou que vai compor a CPI, mas não lhe cabe julgar ou absolver ninguém neste momento

Nogueira disse que a relação de Carlinhos Cachoeira com a construtora Delta é um caso que ganhou uma repercussão enorme nos últimos dias depois que vazaram áudios de uma investigação da Polícia Federal com integrantes da construtora, do próprio Carlinhos Cachoeira, que hoje está preso, e em que o senador Demóstenes também aparece.

“Não posso fazer nenhum julgamento antecipado sem ter acesso aos documentos”, acrescentou..

A deputada federal Iracema Portella disse que a CPI do Cachoeira representa o amadurecimento da democracia e mostra que existe uma disposição em apurar os fatos com seriedade e isenção.

“Essa CPI não pode se transformar em um ato contra o governo ou contra a oposição, o objetivo é apurar as ações do crime organizado, que usou o Estado brasileiro de forma ilegal”, declarou.

Iracema Portella disse que está entrando na CPI do Cachoeira sem nenhum pré-julgamento.

“Acredito que a investigação vai ser feita a fundo, doa a quem doer, como devem ser feitos os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito”, adiantou.

O prazo oficial para as indicações termina na próxima terça-feira, mas muitas legendas já anteciparam os nomes dos indicados. Na terça, haverá nova sessão do Congresso Nacional (que reúne deputados e senadores) para que seja feita a instalação da CPI. Nessa sessão, serão oficializados os nomes dos titulares e suplentes da comissão.

A CPI terá seis meses para investigar os fatos, mas o período pode ser prorrogado. Uma comissão de inquérito tem poderes para pedir quebra de sigilo fiscal e telefônico. Ao final, um relatório sobre a investigação será encaminhado para o Ministério Público Federal, que poderá tomar medidas judiciais cabíveis nas áreas cível ou criminal.

Apesar do requerimento que criou a CPI informar que a comissão terá 15 deputados e 15 senadores (com distribuição proporcional pelas bancadas), o regimento do Congresso Nacional prevê uma vaga extra em cada casa a ser destinada a um partido que não tenha bancada necessária para ter direito a participar da comissão. No Senado, essa vaga será destinada ao PSB. Na Câmara, ao PC do B.

A presidência da comissão caberá a um senador do PMDB, e a relatoria, a um deputado do PT. Os dois cargos são os mais importantes da CPI.

Na Câmara, 13 dos 16 deputados já foram anunciados. Somente o PT não apresentou seus nomes.

"Eu sei os perfis, eu sei os nomes, está tudo na minha cabeça. Só não vou contar para vocês", disse o líder do partido na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP).

Ele pretende usar até o final o prazo dado para as indicações, que termina às 19h30 da próxima terça-feira.

No Senado, apenas duas indicações de titulares foram feitas até agora. O bloco União e Força, formado por PTB, PR e PSC, apresentou os nomes de Fernando Collor (PTB-AL) e Vicentinho Alves (PR-TO). A oposição definiu seis nomes, mas não quais serão titulares ou suplentes: Álvaro Dias (PSDB-PR), Jayme Campos (DEM-MT), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

OS TITULARES DA CPI ANUNCIADOS PELOS PARTIDOS

DEPUTADOS

Nome e estado Partido

Íris de Araújo (GO) PMDB

Luiz Pitiman (DF) PMDB

Carlos Sampaio (SP) PSDB

Fernando Francischini (PR) PSDB

Onix Lorenzoni (RS) DEM

Iracema Portella (PI) PP

Paulo Foletto (ES) PSB

Rubens Bueno (PR) PPS

Protógenes Queiroz (SP) PC do B

Filipe Pereira (RJ) PSC

Miro Teixeira (RJ) PDT

Silvio Costa (PE) PTB

Maurício Quintella Lessa (AL) PR

SENADORES

Nome e estado Partido

Fernando Collor (AL) PTB

Vicentinho Alves (TO) PR

Alvaro Dias (PR) * PSDB

Jayme Campos (MT) * DEM

Cássio Cunha Lima (PB) * PSDB

Aloisio Nunes Ferreira (SP) * PSDB

Jarbas Vasconcelos (PE) * PMDB

Randolfe Rodrigues (AP) * PSOL

* O bloco da minoria no Senado ainda definirá se será titular ou suplente. Dentre seis senadores indicados pelo bloco, três serão titulares e três, suplentes.

Fonte: bancadas dos partidos no Congresso