Segundo a Sesapi, o empresário foi para a UTI do
Hospital com todos os cuidados intensivos necessários, incluindo o uso
do esquema com cloroquina
Na
tarde dessa terça-feira (31), vazou nas redes sociais um áudio, que foi
gravado pelo empresário Oderman Bittencourt, diretor da Delta
Laticínios, implorando pelo rémedio cloroquina, antes de falecer.
Oderman morreu nessa segunda-feira (30) no Instituto De Doenças
Tropicais Natan Portela, vítima de coronavírus.
Conforme o áudio, Oderman informou que o
hospital tem um protocolo para dar a cloroquina. "Se eu for esperar
esses exmaes, essas coisas que eles querem, eu vou morrer. (...) Pede
para me darem cloroquina, pelo amor de Deus. Eu testou com tantos dias
tomando antibiotico, e não baixa. E se eu for esperar ainda o resultado
na sexta-feira, eu vou morrer (...)", relatou no áudio.
No áudio é possível perceber a voz cansada e o desespero do empresário.
Segundo a Sesapi, o empresário foi para a UTI
do Hospital com todos os cuidados intensivos necessários, incluindo o
uso do esquema com cloroquina
Nota SESAPI
O Instituto de Doenças Tropicais Natan
Portela esclarece que o paciente Oderman Bittencourt foi atendido pela
primeira vez na unidade de saúde no sábado (20/03/2020), mas o mesmo não
tinha indicação clínica e nem tinha interesse em permanecer no ambiente
hospitalar.
Na tarde de terça-feira (24/03/2020) foi
atendido novamente no hospital, com queixa de falta de ar (dispnéia),
porém sem sinais de gravidade ou instabilidade clínica (pressão, pulsos e
oximetria normais) sendo então internado com todas as medidas clínicas
cabíveis aos pacientes sintomáticos respiratórios com investigação de
SRAG. Durante a noite o paciente apresentou quadro de ansiedade
importante e pico hipertensivo (referindo vontade de utilizar o
medicamente cloroquina devido a notas sobre o mesmo na imprensa) sendo
avaliado pela médica plantonista e devidamente medicado com melhora
clínica.
Dia 25/03/2020 o paciente foi reavaliado
pela médica assistente que detectou piora do padrão respiratório e
solicitou avaliação do médico intensivista que prontamente admitiu o
paciente na UTI do Hospital com todos os cuidados intensivos
necessários, incluindo o uso do esquema com cloroquina.
O uso da medicação para casos de COVID-19
veio a ser regulamentado pelo Ministério da Saúde através da nota
informativa nº5 apenas em 27/03/2020 aonde é explícito que a indicação
deverá ser realizada para pacientes GRAVES hospitalizados com dados de
avaliação muito específicos, compatíveis com as características do
paciente APENAS quando foi admitido em UTI.
É imprescindível esclarecer à população
que o trabalho amplamente difundido sobre o uso da cloroquina apresenta
sérias limitações metodológicas e, segundo a própria ANVISA o uso
indevido da cloroquina pode trazer sérias complicações à população como,
por exemplo: distúrbios do sangue e do sistema linfático, distúrbios do
sistema imune, distúrbios de metabolismo e nutrição, distúrbios
psiquiátricos, distúrbios do sistema nervoso, distúrbios oculares, e até
mesmo distúrbios cardíacos que podem resultar em insuficiência cardíaca
e em alguns casos podem ser fatais.
FALANORDESTE
FALANORDESTE
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