terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Mangueira leva história de Jesus para Sapucaí e critica Bolsonaro

Tema “A Verdade Vos Fará Livre”
Versículo citado pelo presidente
A escola de samba apresentou 1 Jesus Cristo militante sendo repreendido por forças policiaisabriel Nascimento/Riotur -23.fev.2020

24.fev.2020 (segunda-feira) - 7h37
atualizado: 24.fev.2020 (segunda-feira) - 9h07
A escola Mangueira retratou 1 Jesus de “rosto negro, sangue índio, corpo de mulher” na Sapucaí no último domingo (23.fev.2020). O samba enredo intitulado “A Verdade vos fará Livre” apresentou críticas ao presidente Jair Bolsonaro ao dizer que não há “messias de arma na mão”.
gesto de arma é uma das marcas registradas de Bolsonaro, que participa com frequência de eventos evangélicos.  O chefe do Executivo também cita de forma recorrente o versículo “A Verdade Vos Fará Livre” -título do samba-enredo da Mangueira deste ano. A escola venceu o desfile carioca de 2019.

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REPRESENTAÇÕES DE JESUS

A Mangueira retratou a figura de Cristo em diferentes alas e alegorias da apresentação. Ele apareceu crucificado em pelo menos 2 carros alegóricos: como índio e como 1 jovem negro.
Logo na comissão de frente, Jesus foi retratado com apóstolos negros, oriundo da favela e sofrendo repressão policial.
A rainha da bateria Evelyn Bastos entrou na avenida como Jesus no momento da flagelação: acorrentada e coroada de espinhos. No 7º desfile pela escola, Evelyn optou por não sambar. A passista disse ao portal Uol que “infelizmente, nossa dança ainda é visto como sexual.” 
Eis uma galeria com os principais momentos do desfile:
Eis o samba-enredo da Mangueira:
“Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão
Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade
Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também”
FONTE www.poder360.com.br

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