terça-feira, 27 de maio de 2014

Cocalenses relembram hoje o dia mais triste de sua História‏

O ano era 2009, a população de Cocal vivia a expectativa do rompimento da Barragem de Algodões, que agonizava depois de pela primeira vez desde sua inauguração sangrava devido a grande quantidade de água, com sua capacidade de acumulo de água em sua capacidade máxima os problemas estruturais começaram aparecer, o principal deles a comporta não abria o suficiente para dar vazão a grande quantidade de água que se acumulava.

O Mês era Maio, mês das mães, das noivas, de Maria, um mês antes Cocal já vivia o pesadelo do medo de um rompimento que poderia ser devastador para todo o Município e Município de Buriti dos Lopes, por conta da grande quantidade de água, problemas estruturais de nossa barragem, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Policia Militar invadiram nossa querida Cocal, o objetivo retirar as famílias das áreas de riscos.

Centenas de cocalenses de nossa zona rural se amontoavam em escolas públicas do Município e do Estado, no meio do drama e do medo, as famílias afastadas de suas terras, casas, criações e trabalho viviam dias de angustia e queriam retornar para o aconchego de seus lares.

Uma semana antes da tragédia anunciada, um engenheiro veio a nossa cidade, de helicóptero foi até Algodões, percorreu as áreas afetadas e anunciou. A Barragem não se romperia, desde que ações determinadas por ele fossem desenvolvidas, mas não houve tempo para que essas ações ocorreram, ele avaliou mal as condições da estrutura de nossa barragem.

No mesmo dia foi realizada uma reunião na sede da Prefeitura para avaliar se deveriam autorizar o retorno das famílias as suas propriedades ou não, com o parecer do engenheiros Luis Hernani, como esquecer este nome, representantes do Governo do Estado, Prefeitura de Cocal, Policia Militar, Defesa Civil e Bombeiros decidiram pela autorização para o retorno, foi um dia de festa em nossa Cocal, as famílias comemoravam a oportunidade de voltar para suas terras com a garantia dada por um engenheiro que a Barragem não romperia.

O Dia era 27 de maio, uma semana após o retorno das famílias para suas terras, Cocal vivia a expectativa da eleição da nova diretoria do Sindicato dos trabalhadores rurais, quando por volta de 16:15 para 16:30 chegava a notícia em nossa cidade de que a tragédia anunciada havia ocorrido, nossa barragem, mal construída, mal conservada, mal utilizada não suportou e rompeu, liberando uma onda devastadora de mais de 20 metros de altura que saiu devastando tudo por onde passou, casas, terras, animais, vidas, destruídas em frações de poucas horas.

Nossa cidade, foi mais uma vez invadida por Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Policia Militar, Governo do Estado, Cocal virou noticia nacional, até o Jornalista Hermano Hening da Record veio a nossa cidade e fez uma matéria vazia que em nada mostrava o sofrimento de um povo e o descaso do Governo do Estado.

Nosso Município ficou devastado, famílias perderam tudo, oito pessoas morreram, sendo que o corpo de uma das vitimas nunca foi encontrado.

Por parte do Governo do Estado, há época comandado por Wellington Dias, muita promessa, mas o que ficou mesmo foi prejuízo para a Prefeitura de Cocal que combalida ainda teve que arcar com despesas altíssimas de hospedagem, alimentação, combustível entre outras.

Hoje completa 5 anos da tragédia, o que as vítimas tiveram de apoio foram pequenas casas, construídas em vilas longe de suas terras originais, a estrutura prometida até hoje não chegou as famílias, uma pequena ajuda em dinheiro foi dada para compra de móveis, mas até hoje as vítimas lutam na justiça por uma indenização justa por parte do Governo do Estado.

Hoje o dia é de luto, de tristeza, só nos resta esperar que não tenhamos que estar aqui, relembrando esta tragédia dez anos depois, que nossos governantes honrem com seus compromissos e nosso povo volte novamente a sorrir, sem a tristeza do luto, prejuízo e de terem sido enganados por um Governador e um Governo que prometeu muito e fez muito pouco.

Nossos sentimentos as famílias, não só as que perderam familiares, mas também aqueles que perderam tudo.
TEXTO EUCLIDES ALVES

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