A epidemia 
do novo coronavírus no Brasil está evoluindo de forma mais controlada do
 que em outros países, como China, Itália, Espanha e Estados Unidos. 
Esse crescimento mais lento no número de casos estaria relacionado ao 
fato de o País ter tomado as medidas de contenção logo no início da 
epidemia. No entanto, alertam especialistas, pode ser atribuído também à
 subnotificação e à demora na notificação dos casos. O problema seria 
mais grave em São Paulo, onde haveria mais de dez mil exames atrasados.
As conclusões estão na quinta nota técnica do
 grupo de especialistas da PUC-RJ e da Fiocruz, o Núcleo de Operações e 
Inteligência em Saúde (NOIS), que está acompanhando a evolução da 
covid-9 no Brasil em comparação a outros países. O grupo vem fazendo 
projeções de curto prazo em três cenários: otimista, mediano e 
pessimista.
A nova nota, divulgada nesta quarta-feira, informa que entre os dias  2 e
 22 de março os casos confirmados no Brasil ultrapassaram a predição 
pessimista, indicando um rápido crescimento da epidemia em relação aos 
demais países. Contudo, nos dois dias subsequentes, os casos confirmados
 estiveram entre o cenário mediano e o cenário pessimista, o que 
demonstrou uma tendência de diminuição do crescimento. Essa tendência 
foi confirmada entre os dias 24 e 3, quando os valores realizados 
estiveram entre o cenário otimista e o cenário mediano.
 
Segundo o trabalho, assinado por 4 
especialistas, “embora parte deste efeito possa se dever às medidas de 
contenção, ressalta-se que o Brasil apresenta duas dificuldades na 
mensuração do total de casos positivos identificados: ausência de uma 
política de testagem ampla e o atraso na obtenção dos resultados e 
notificações”.
Ainda de acordo com o levantamento, “a 
primeira afirmação se deve ao fato de não haver testes suficientes para 
analisar a evolução da doença na população. Já a segunda se deve ao 
aumento da demanda por testes, associada à falta de recursos e mão de 
obra qualificada para efetuar uma análise rápida”.Esse problema seria especialmente mais 
presente em São Paulo. O Estado terminou o período analisado com  .57 
casos confirmados, abaixo até mesmo do cenário otimista previsto 
anteriormente, indicando uma tendência de crescimento semelhante à do 
cenário otimista. No entanto, sustenta o relatório, há relatos de um 
grande número de exames em atraso no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo,
 chegando a mais de dez mil casos.
Fonte: Estadão
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