quarta-feira, 16 de julho de 2014

Candidatos ao Governo do Estado participam de debate na TV Meio Norte


BÁRBARA RODRIGUES E GERMANA CHAVES, DO GP1
Atualizada em 16/07/2014 - 16h42
Quatro candidatos ao Governo do Estado participaram na tarde desta quarta-feira (16) de debate realizado na TV Meio Norte. Ao todo são seis candidatos ao governo, mas apenas Zé Filho (PMDB), Wellington Dias (PT), Mão Santa (PSC) e Maklandel Aquino (PSOL) participaram, pois são os únicos que possuem partidos com representação na Câmara Federal.

O debate foi mediado pela apresentadora Maia Veloso e teve início às 13h15. No primeiro bloco, os candidatos responderam porque queriam ser governador do Estado do Piauí. Nos três blocos seguintes, foram respondidas perguntas feitas pelos próprios candidatos e internautas,  e no último bloco, os candidatos fizeram as considerações finais.

Confira os melhores momentos do debate 

Zé Filho (PMDB)
O governador começou o debate explicando porque deveria ser reeleito. “Quero continuar essa construção, onde estamos levando o estado ao caminho do verdadeiro desenvolvimento. Caminho esse que é da escola integral, de mais polícia nas ruas, de não se permitir mais que os piauienses tenham que andar mais de 400 km para encontrar um médico, caminho de se resolver de uma vez por todas os problemas da Eletrobras, para que possamos ter aqui indústrias de qualidade para gerar emprego. É essa a nossa diferença”, disse.

Zé Filho foi questionado pelo senador Wellington Dias, no segundo bloco, sobre a situação financeira do estado que estaria em crise e que o TCE teria recomendado a demissão de terceirizados, além de estar impedido de fazer novos contratos e receber recursos federais.

“Na verdade isso veio do seu governo. Foi o que mais contratou nos últimos anos. Que deixou um desequilíbrio. Estou há três meses no governo, e essa é uma situação que vinha perdurando com dificuldade e que vinha sendo mascarada. Eu nunca neguei isso. Eu sempre disse que estamos no fio da navalha. Essa foi uma herança que recebemos e estamos tomando todas as providências, reduzindo o número de terceirizados, reduzindo carros alugados que ainda tem muitos. Isso vem lá de trás. Vamos deixar o estado equilibrado”, disse Zé Filho.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Zé Filho(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Zé Filho
Em réplica a resposta de Zé Filho, o senador afirmou que o governador estaria mentindo ao afirmar que os problemas vieram da sua gestão. “Aqui só vai valer a verdade. Na imprensa você pode dizer o que quiser. A verdade está nos números. Vocês contrataram um monte gente, o contrato de carros que você fala, triplicou no seu governo, quando você era vice. Fiquei sete anos no governo e nunca tive esse problema. O estado está no Serasa e isso foi no seu governo”, disse Wellington Dias.

Em tréplica, o governador voltou a criticar o senado. “Eu acho que o Wellington não está falando a verdade. Estamos com problemas desde o seu governo. Por isso estamos impedidos de receber recursos. Estamos com dificuldade porque estamos sendo retaliados pelo seu governo. O governo do PT. Como no caso dos carros pipas. As contratações irregulares foram no seu governo”, rebateu Zé Filho.

No quarto bloco, ao ser questionado por Wellington sobre atraso no repasse de recursos, o governador respondeu. 
“Conheço Wellington Dias desde 2002 quando votei nele e me arrependi muito. Você tem facilidade de falar coisas que não são verdades. Mas em 2009 você deixou o estado endividado. Mais 380 milhões de rombo em caixa. São essas dificuldade que tem que ser ditas. Você tem que parar de ficar mentido pra o povo. Esse atraso vem do seu governo. Welington está cuspindo no prato que comeu”, respondeu Zé Filho.

Ainda no quarto bloco, Zé Filho foi inquirido por Mão Santa sobre como pretendia lidar com as dívidas deixadas por gestões passadas.

“Estão previstos todos esses recursos. O Piauí tem dificuldade pela desoneração do Governo Federal., pois são recursos diminuídos pelo governo federal. Mas, financeiramente estamos bem. Agora temos bancos colocando dificuldades que até então não tinham e passaram a ter depois que assumi o Governo”, revelou o governador.

Nas considerais finais, Zé Filho disse: “Quero agradecer a deus, aos candidatos, aos piauienses que participaram do debate. Vou me dirigir a cada homem e a cada mulher. Vamos fazer diferente daqueles que tiveram oportunidade de fazer e não fizeram. Vou olhar para os piauienses, pra você que tem orgulho de ser piauiense. Quero um estado mais alegre, pujante, que não aceita mais ser humilhado. Não vamos permitir que o povo sofra mais”, prometeu o governador.

Wellington Dias (PT)
O senador iniciou o debate falando porque deveria ser eleito. “Eu sou parte de um time, e nós acreditamos que é possível estado se desenvolver mais. Estamos otimistas e trabalhamos no sentido de concretizar o que nós trabalhamos no nosso estado. Trabalhamos aqui desde 2003, junto com Lula, para o desenvolvimento da educação e desenvolvimento econômico. Eu recebi das lideranças e do povo esse chamamento, e é o povo que irá decidir”, disse. 
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Wellington Dias(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Wellington Dias
Wellington Dias questionado no segundo bloco por Maklandel Aquino sobre qual a sua proposta para a educação pública. “A educação é a base para o desenvolvimento do Piauí. O nosso atraso tem haver com o conhecimento. Desde 2003 decidi cuidar das pessoas que ficaram para trás na educação e trabalhamos na expansão da educação. Do ensino técnico, superior, de da pós graduação. Fizemos uma expansão de 150 escolas para 526 escolas de ensino médio e implantei as primeiras escolas de ensino integral do Piauí. Além de cuidar bem dos professores e servidores da educação. Os professores sabem que aqui não tinha plano de carreira e foi implantado por mim. Trabalhamos as condições da qualificação, tenho consciência que os problemas de hoje não são o do passado", afirmou o senador.

No terceiro bloco o ex-senador Mão Santa ao responder sobre suas propostas para o Meio Ambiente, criticou o PT e chamou o partido de uma “lama podre”. Wellington Dias não gostou das críticas e pediu direito de resposta, que foi concedida por uma comissão da OAB que participa do debate.

“Eu quero aqui dizer que vejo o senhor muitas vezes chamando o Lula de corrupto. Tem uma coisa que posso dizer, que a Dilma pode dizer, e o Lula também. Nós nunca fomos cassados por corrupção como o senhor. Você foi cassado e isso é verdade. Eu faço um esforço muito grande para o combate da corrupção”, disse.

No quarto bloco, o candidato Mão Santa questionou ao senador Wellington Dias sobre as datas de obras que deveriam ser entregues quando o petista era governador e nunca foram.

“Democrático é um governo em que funcionam as instituições. No passado funcionavam todas as intuições. Respeitamos as decisões. Defendo que seja assim. Fizemos várias obras em meu governo, no de Lula e Dilma. Fizemos quilômetros de asfalto, mais energia, expansão da Universidade Aberta, enfim um conjunto de ações”, disse o petista.

Na segunda rodada dupla do quarto bloco do debate, Zé Filho questionou Wellington sobre o motivo de o petista não ter conseguido tirar o Piauí do ranking dos estados mais pobres, mesmo governando o Estado por oito anos.

“Assim como a população estou preocupado com estado por conta da situação de atraso em áreas que estão paradas”, respondeu.

Nas considerações finais, o candidato do PT destacou: “Agradeço ao povo. Acredito que a verdade sempre vence. Acredito no Piauí. Vamos fazer essa caminhada com desenvolvimento do Piauí junto com Margarete Coelho e Elmano Férrer. Vamos andar de cabeça erguida, nada foi fácil tudo foi conquistado. Vamos garantir qualidade de vida em apoio aos que mais precisam”, falou.

Mão Santa (PSC)
O ex-senador e ex-governador falou sobre deveria ser eleito. “Eu sou inspirado pela força do amor. O amor constrói. E nós amamos o Piauí. Quem ama cuida, estamos decepcionados com essa mesmice de 12 anos, onde eu vi enterrarem a dignidade, implantaram a desonestidade e desesperança. Povo do meu Piauí, esse modelo levou o estado a um caos e os índices são piores da história”, disse.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Mão Santa(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Mão Santa
Mão Santa foi questionado pelo governador Zé Filho sobre o que pretende fazer sobre a questão da segurança no estado. “Segundo a ONU, para se ter uma civilização é preciso de um soldado para 250 habitantes. Temos cidades do Piauí que não um soldado. Vou resolver esse problema como já resolvi no passado, como no meu governo acabamos com o crime organizado. Vamos fazer concurso e atingir essa meta. O mínimo que o governo pode dar é segurança e isso faremos no nosso governo”.

Zé Filho afirmou concordar com a opinião de Mão Santa e disse já estar tomando medidas no seu governo “É o que nós já estamos fazendo. O Wilson botou mais de mil pessoas na polícia militar através de concurso. Nesse nosso governo colocamos quase mil policiais que estavam à disposição de outros órgãos, como a Assembleia Legislativa para trabalharem na rua”.

Mão Santa respondeu, no terceiro bloco, pergunta de um internauta sobre suas propostas para o Meio Ambiente “Integramos 400 km de esgoto sanitário com mais uma estação de tratamento. Então siso tem que ser feito em todo o estado do Piauí. O projeto Semear é um dos que foi instalado no seu governo e que melhora a questão do meio ambiente. E sem dúvida isso nós vamos fazer”, disse.

No quarto bloco, Maklandel questionou Mão Santa, como o candidato do PSC iria compor seu secretariado se fosse eleito.

“Os secretários serão outros. Em nossa época fizemos o estado crescer. Colocamos esse estado para fazer transplante de coração. Está tudo parado. Vamos fazer muito mais e melhor. Não tivemos um dia de greve quando fui governador”, respondeu Mão Santa.

Durante as considerações finais, Mão Santa declarou: “Quero ser guiado e julgado por deus e o povo. O PSC não tem ninguém preso. Sou governador da família. Somos contra os doze anos que estão aí. A esperança voltou. Voltar para reconstruir o Piauí. O Governo está se servindo do povo. Nossa infância abandonada, as creches acabaram, a juventude desesperada. Com deus e o povo reconstruiremos o Piaui”, destacou.

Maklandel Aquino (PSOL)
O professor Maklandel Aquino explicou porque deveria ser eleito. “A nossa candidatura do poder popular, está posta para quitar a divida do estado do Piauí com o seu povo. Dívida contraída por eles que estão aqui nesse debate. Dívida com aqueles que procuram uma escola pública decente, daqueles que não encontram atendimento digno em hospital público. Os governos que se vangloriaram que o PIB cresceu e não vemos melhoria nisso para o nosso povo. Queremos garantir que o piauiense tenha uma vida digna”, disse.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Candidato Maklandel Aquino(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Candidato Maklandel Aquino
Maklandel foi questionado por Mão Santa qual seria o perfil do secretário de educação. “A nossa candidatura tem como foco a educação pública. Jamais colocaríamos alguém da iniciativa privada para a educação. Como fizeram no outro governo e a UESPI agora está sucateada. Queremos ter escolas que contribuam para a formação do ser humano, que no mínimo tenha refeitório, espaço para culturas e espaço esportivo. Assim poderemos construir um Piauí melhor. Um novo Piauí, com capacidade de ver na escola pública uma possibilidade de ascensão social. Muitos pagam uma escola privada porque não acreditam na escola pública”, disse.

O professor comentou pergunta de internauta, no terceiro bloco, sobre sua opinião para a implantação de bolsas de estudo para realização de intercâmbio. “O estado está usando recursos do Fundeb para implantar programas que beneficiem poucas famílias e estudantes. E que realizem o sonho deles para fazer intercâmbio cultural e assim ganhar pontos e votos no período eleitoral. Nós entendemos que os recursos do Fundeb não podem beneficiar só uma centena de pessoas, poderia investir em professores de inglês e espanhol para dar aulas de qualidade. Apesar de que o esse intercâmbio pode ser bom, mas não suficiente para resolver o problema da educação pública”, disse.

No quarto bloco, ao ser inquirido pelo governador Zé Filho sobre as propostas para melhorar a saúde do Estado, Maklandel respondeu: “Temos dois problemas em nossa saúde, primeira a de ordem financeira e segunda a gestão pública. Temos hospitais ociosos, enquanto isso o HUT atende todo o estado. Quando era governador, Wellington Dias municipalizou muitos hospitais, mesmo sabendo que os municípios não possuíam condições de bancar a saúde”.

Já nas considerações finais, Maklandel falou: “Quero lamentar a ausência dos demais candidatos do Piauí. A única mudança real somos nós. Os três candidatos somando os mandatos estão há mais de 20 anos no poder. Não vamos bancar as farras de empreiteiras ou grandes empresários. Damos garantia de que o Estado vai ser passado a limpo”, concluiu. 

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