segunda-feira, 24 de abril de 2017

Prefeitura de Cocal na mira da polícia em relação a fraudes em licitações

O promotor de justiça Sinobilino Pinheiro afirmou que o Ministério Público continua com as investigações para descobrir a participação de políticos no esquema de fraude em licitações públicas em municípios do norte do Piauí, principalmente na cidade de Cocal, que tem como prefeito Rubens Vieira.

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Foto: Divulgação/PRF-PI

“Estamos com as investigações em andamento e o nosso objetivo é descobrir como foi a participação de prefeitos e vereadores suspeitos de envolvimento na prática de ‘cartel’ em municípios do Piauí”, disse o promotor Sinobilino Pinheiro.
Até o momento oito empresários atuantes no norte do estado foram presos na operação Escamoteamento, acusadas de fraudar licitações. A quadrilha atuava nas cidades de São João da Fronteira, Bom Princípio e principalmente em Cocal. Segundo o promotor, as empresas ganhavam licitações para obras, locação de veículos e fornecimento de mão de obra, além de serviços de contabilidade. Além de empresários, funcionários públicos e beneficiários do programa Bolsa Família também estão envolvidos.

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Prefeitura de Cocal (Foto: Divulgação)

Ainda de acordo com o promotor, a quadrilha atuou durante dois anos com a ajuda da prefeitura de Cocal para desviar resursos.
“A prefeitura de Cocal ajudou a quadrilha entre os anos de 2013 e 2015 para desviar recursos, e até moradores também chegaram a participar do esquema. Além de Cocal, participaram do esquema os municípios de São João da Fronteira e Bom Princípio, que também foram alvo de ações criminosas”, informou o promotor, que falou também que foram conduzidas 35 pessoas suspeitas de serem ‘laranjas’ envolvidos com empresas de fachada e há suspeita de atuação nos estados do Maranhão e Ceará.
“Já fizemos a análise da documentação apreendida, HD’s de computadores e conseguimos elementos que definiram novos rumos para ajudar a dar continuidade às investigações e saber se há mais envolvidos, sejam agentes públicos ou não”, afirma Sinobilino Pinheiro.
Promotor informou ainda que o "cartel" era comandando por 13 operadores que faziam as transferências bancárias e que movimentaram cerca de R$ 200 milhões.
“Os presidentes de comissões de licitação e funcionários da prefeitura estão envolvidos. Foram feitas buscas tanto na Prefeitura de Cocal, quanto na Câmara de Vereadores” afirma.

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Câmara Municipal de Cocal (Foto: Divulgação)

No dia 19 de abril o portal Clubesat conversou com o ex-presidente da Comissão de Licitação da prefeitura de Cocal, John Brendan Brito Oliveira, onde negou participação nas fraudes e pediu exoneração do cargo alegando problemas pessoais.
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Ex-presidente da Comissão de Licitação (camisa cinza) sendo levado pela polícia a prestar depoimento no dia da operação Escamoteamento (Foto: Divulgação/PRF-PI)
Confira a matéria sobre o caso:
Operação Escamoteamento
No último dia 07 de abril, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a operação Escamoteamento desbaratando uma quadrilha especializada em fraudar licitações no Estado. A ação cumpriu mandados de prisão e condução coercitiva de donos de empresas atuantes no norte do estado do Piauí e empresas do Ceará que atuam nas cidades de Cocal, Buriti dos Lopes e outras cidades do Ceará.
Ainda de acordo com Pinheiro, o "cartel" era comandando por 13 operadores que faziam as transferências bancárias e que movimentaram cerca de R$ 200 milhões. “Os presidentes de comissões de licitação e funcionários da prefeitura estão envolvidos. Foram feitas buscas tanto na Prefeitura de Cocal, quanto na Câmara de Vereadores” afirma.
O que significa Escamoteamento
O nome 'Escamoteamento' faz referência à tentativa dos envolvidos de esconder a atuação da organização criminosa instalada na região. Para isso, valiam-se de empresas sem capacidade operacional, algumas inclusive sem sede física, para dar aparência de legalidade às contratações realizadas.
Fonte: redacao@clubesat.com 
Publicado por: Redação 

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