Sete municípios do Piauí têm elevado risco de desastres em 2012
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, disse na quinta-feira, em Brasília, que 251 municípios brasileiros estão em situação de "elevado risco" para o período de chuvas de 2012.
Dos 251 municípios, sete são do Piauí e justamente as mais populosas onde moram mais de 1,1 milhão dos 3 milhões de habitantes do Estado.
O secretário estadual de Defesa Civil, Ubiraci Carvalho, disse que as cidades com “elevado risco de desastres”, ou de enchentes são Teresina, que possui mais de 800 mil habitantes; Parnaíba, Barras, Esperantina, Luzilândia, Joaquim Pires e Ilha Grande.
“Essas cidades têm elevado risco de enchentes porque as populações ficam moram próximas dos rios como Teresina, Barras, Esperantina e Luzilândia. Em Barras, as enchentes são frequentes e em Esperantina, a última enchente deixou 300 famílias desabrigadas”, afirmou Ubiraci Carvalho.
Das 251 cidades, 28 já tiveram o mapeamento concluído. Outras 28 foram mapeadas entre 2005 e 2006 e passam por atualização dos dados. A conclusão do mapeamento das 251 cidades está prevista para 2014.
"Mapeamos e identificamos a quantidade de desastres e óbitos nos municípios. São 251 cidades brasileiras que apresentam elevado risco", disse Fernando Bezerra.
O mapeamento que vem sendo feito pelo governo federal, conforme o ministro, detalha as áreas mais propensas a sofrer algum tipo de desastre, a quantidade de casas em área de risco e o número de pessoas que vivem nesses locais.
Segundo o ministro, a presidente Dilma Rousseff deve assinar ainda nesta semana uma Medida Provisória (MP) que libera R$ 48 milhões para aquisição de equipamentos para as Forças Armadas atuarem em desastres nessas regiões, de acordo com Bezerra
De acordo com Bezerra, o governo vem focando em ações de prevenção. Ele disse que somente em 2011 os ministérios da Integração, Cidades e Transportes investiram juntos R$ 700 milhões em prevenção e recuperação de desastres.
"O que tem de novo [para 2012] é assumir a cultura da prevenção. Havia antes o hábito de só responder a ocorrência de desastres. A presidenta Dilma quer mudar essa realidade e está tomando medidas práticas, em relação a isso. Um exemplo é a MP", disse o ministro, após participar de evento em que o ministério apresentou as ações de prevenção e socorro executadas em 2011.
As 27 cidades em situação de risco foram mapeadas pelo Serviço Geológico (CPRM). De acordo com o relatório do órgão, há 47.500 mil pessoas morando em áreas de risco em seis municípios do Espírito Santo; 45.000 em nove cidades de Santa Catarina; 25.000 em seis cidades do Rio Grande do Sul; 1.736 em quatro cidades do Paraná e 2.600 em Ouro Preto (MG).
Além disso, 44.967 estão em risco em Angra dos Reis (RJ), município com maior número de pessoas em situação de perigo.
O mapeamento das 251 cidades foi dividido com outros órgãos do governo que, até o momento, não apresentaram seu levantamento. A expectativa do ministério é que o mapa completo esteja disponível até 2014.
O ministro afirmou que a mudança de investir ações de resposta para ações de prevenção "não se faz do dia para a noite". "Estamos atrasados. É preciso correr atrás do tempo perdido. Mas não é um trabalho só nosso, é dos municípios e de articulação com o Congresso Nacional", disse. Ele afirmou também que faltam técnicos para trabalhar com mapeamento e monitoramento de desastres.
"Na área da geologia nós não temos técnicos disponíveis que possam aceitar as ofertas do governo federal. Mapear as 251 cidades até 2014 é um grande desafio", afirmou.
Segundo o secretário nacional da Defesa Civil, Humberto Viana, o sistema de prevenção de desastres em 2012 funcionará com foco nas regiões Sul e Sudeste. A ideia é que o Cemaden (Central de Monitoramento e Alerta) desenvolva alertas através do mapeamento de mapeamento de risco de desastres e previsão meteorológica.
Se um alerta for emitido, o Cenad (Central de Alarme e Articulação) mobiliza os ministérios da Saúde, Defesa e Gabinete de Segurança Institucional para atuarem nos municípios. O sistema do Cemaden ainda não está preparado para a tarefa, segundo o ministro Fernando Bezerra, mas há R$ 11 milhões empenhados [separados no Orçamento] para sua ampliaçãoMEIONORTE
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