Segundo a Polícia Civil o crime cometido pelo empresário Edilson Morais Brito, conhecido como "Rei do Delta", pode ter sido premeditado. Na realidade, o alvo seria o pai de Matheus Portela, Genilson Veras, proprietário da empresa "Clip Turismo". De acordo com o delegado Arthur Barros Leal, que preside o inquérito, Genilson só não foi morto porque se atrasou para o encontro marcado por Edilson.
Edilson Morais Brito e Matheus Portela |
"Eu ouvi o depoimento do gerente e ele descreveu que o relacionamento entre eles era cordial. Edilson havia marcado uma reunião para fechar um acordo com a empresa. No horário marcado, por algum motivo Genilson se atrasou e não foi. Edilson foi lá, chamou o Mateus e levou ele para a Morais Brito, enquanto o gerente e sua esposa acompanhavam atrás. Ao entrar na loja Edilson imediatamente puxou o revólver e deu dois tiros nas costas de Matheus, nesse momento ele virou e tentou atirar contra o gerente da "Clip", mas sua esposa se jogou na frente do gerente que fugiu e ela acabou atingida com dois tiros. Em seguida ele teria saído tranquilamente da loja e se dirigiu a Casa dos Turistas. Lá ele procurou o gerente e chegou a apontar a arma para ele, mas quando apertou o gatilho não tinha mais munição. Ao sair de lá foi que ele foi até o local onde foi abordado por dois policiais, recarregou a arma no caminho e acabou cometendo suicídio", descreveu o policial.
No total foram contabilizados 11 disparos feitos por Edilson no momento do crime.
Socorro Brito |
O delegado descreveu ao Cidadeverde.com que o relacionamento entre as famílias aparentemente era cordial, mas segundo ele, membros das duas partes serão ouvidos ao longo da semana para dar mais detalhes sobre essa relação.
"Até agora nos depoimentos que colhi, afirmaram que nos últimos seis meses não houve nenhuma briga entre eles e inclusive falaram que a relação era de respeito. Estou aguardando a poeira baixar para poder colher os depoimentos dos familiares, que irão descrever melhor essa relação", explicou o delegado.
Distúrbio psicológico
Arthur Barros acrescenta que existe a possibilidade de um distúrbio psicológico ter levado o empresário Edilson Morais a cometer o crime. Segundo ele, a empresa de Morais passava por um período de crise, enquanto a empresa "Clip" de Genilson e do filho está em plena atividade na exploração do Turismo da região.
"A empresa 'Clip' do Mateus estava em ascensão e estava crescendo bastante no mercado. Já a empresa Morais Brito estava na situação contrária, em decadência. O pessoal que procurava os passeios pelo Delta procurava a empresa 'Clip' e não a empresa do Morais, tanto que ele marcou uma reunião com o Matheus, o pai e o gerente para tentar um acordo. O gerente descreveu que ele saiu da empresa sorrindo e tranquilo após o crime. Ele talvez tivesse algum distúrbio psicológico que talvez até pudesse ser tratado e curado. Ele tinha família, mulher e um filho pequeno e foi pioneiro nessa prática, talvez ver a situação em que estava, o tenha levado a isso. Foi relatado também que nos últimos dias ele parecia abatido, mas nunca proferiu nada contra ninguém", completou o delegado.
Arma
Foi descartada pela Polícia a possibilidade da arma do crime ter sido levada até Edilson por outra pessoa, já que o revólver de calibre 38 de cano curto, usado na prática do crime estava registrado no nome do empresário desde 1988. Segundo Arthur Barros, o registro da arma já estava vencido, pois foi feito há 26 anos, mas não há dúvidas que o revólver era de Edilson.
O prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias e após a apresentação pela Polícia o documento deve ser arquivado pois não há outros suspeitos de envolvimento.
Redes Sociais
O caso chocou e provocou comoção em Parnaíba, pois Matheus era bastante querido pelos colegas da região. O Facebook do jovem recebeu durante todo o dia, centenas de homenagens. Matheus praticava Kitesurf e um evento do esporte que aconteceria na região foi cancelado após o crime.
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte: cidadeverde.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário