Publicada por: Liliane Alves
Fonte: Folha de São Paulo
Foto: Reprodução
Cerca
de 3 milhões de pessoas tiveram o auxílio emergencial suspenso por
suspeita de fraude. De acordo com a Caixa Econômica, quem teve a conta
digital –pela qual recebe o benefício– bloqueada, deverá ir até a
agência para comprovar a identidade. O presidente da Caixa, Pedro
Guimarães, afirmou, em evento virtual promovido pelo InfoMoney nesta
terça-feira (21), que grande parte das contas identificadas foram
abertas por hackers. "Centenas de milhares de contas foram suspensas,
temos as provas da grande maioria que foi utilizada por hackers, mas
pessoas honestas foram penalizadas, já que, para salvar e defender o
dinheiro público, fizemos uma medida mais forte", disse.
A
Caixa não divulgou o número de contas bloqueadas, mas Guimarães afirmou
que o bloqueio foi inferior 5% dos 65,2 milhões (o equivalente a 3,26
milhões). Ele garantiu que aquele que for à agência e comprovar sua
identidade terá a conta liberada rapidamente. "Tivemos filas nos
primeiros dias e decidimos acelerar o pagamento digital. Nesse primeiro
momento, não tivemos um aplicativo tão defendido quanto duas semanas
depois, então tivemos janela de 10 dias em maio quando os hackers
conseguiram sim um ou dois movimentos que foram identificados e
suspensos", alegou.
O presidente da Caixa ressaltou que todas as
contas bloqueadas são por suspeita de fraude. "Pedimos desculpas, mas é a
única maneira de evitar que as contas que foram criadas erradamente
continuem recebendo." A Polícia Federal investiga as irregularidades.
"Não posso falar agora, mas teremos novidades em breve, os responsáveis
já foram identificados e serão penalizados", contou o presidente da
Caixa. A Caixa esclareceu, em nota, que o aplicativo da instituição tem
múltiplos mecanismos integrados de segurança, "mantendo-se inviolável e
seguro". "O baixo percentual de fraudes observado deve-se à engenharia
social, em que são utilizadas informações, documentos e acessos dos
próprios clientes. Assim, recomenda-se utilizar apenas os aplicativos
oficiais da Caixa e jamais compartilhar informações pessoais", orientou.
O banco alegou que a área de segurança do
banco monitora continuamente as contas e acessos e, em caso de suspeita,
realiza o bloqueio preventivo da conta para proteger os clientes. A
recomendação é que os usuários que receberem a mensagem “Procure uma
agência da Caixa com seu documento de identidade para regularizar seu
cadastro”, devem seguir essa orientação para a regularização do acesso.
Em nota, o Ministério da Cidadania, em outra frente, afirmou que enviou
para a Caixa cerca de 1,3 milhão de CPFs (Cadastros de Pessoas Físicas)
para bloqueio para a realização de uma verificação detalhada. "É
importante enfatizar que não é possível ainda afirmar que eles sejam
considerados cancelados ou inelegíveis para receber o auxílio
emergencial", afirmou o ministério.
Segundo a pasta, o procedimento é
consequência dos acordos firmados entre o Ministério da Cidadania e TCU
(Tribunal de Contas da União), CGU (Controladoria-Geral da União) e MPF
(Ministério Público Federal). "Qualquer indício de ilegalidade, em
especial na ótica criminal, é imediatamente informado à Polícia Federal e
os pagamentos são suspensos", acrescentou o ministério. A pasta
informou ainda que o governo federal recuperou R$ 83,6 milhões pagos a
pessoas que não se enquadravam nos critérios para recebimento do
benefício.
Calendário: O comparecimento
acontece de acordo com os meses de nascimento. Nascidos em janeiro,
fevereiro e março deverão ir até as agencias nesta sexta-feira (24).
Nascidos em abril e maio poderão ir às agências do dia 27 até o dia 31
de julho. Nascidos em junho e julho foram colocados para comparecer às
agências do dia 3 até 7 de agosto. Nascidos nos meses de agosto,
setembro e outubro deverão comparecer às agências entre os dias 10 e 14
de agosto. E os nascidos em novembro e dezembro terão os dias 17 a 21 de
agosto para comparecerem nas agências Caixa.
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