terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sanfoneiro do Piauí viverá Luiz Gonzaga em filme



Arquivo Pessoal
A vida de Gonzagão vai virar filme
A vida de Gonzagão vai virar filme

Cidade Verde

A vida do artista que simboliza a identidade do Nordeste, Luiz Gonzaga, deve ser levada às telas de cinema em breve. A obra, que tem como título “Gonzaga de pai pra filho”, mostrará a história do Rei do Baião e de seu filho Gonzaguinha e será contada pelo diretor Breno Silveira, responsável por “2 filhos de Francisco” (2005). Um fato que deve atrair a atenção do Piauí para a obra que terá suas gravações iniciadas no próximo mês é que o sanfoneiro Chambinho do Acordeon, 31 anos, cuja família é natural de Jaicós, terá a responsabilidade de encarnar Gonzagão em boa parte da película.

Chambinho do Acordeon, ou Nivaldo Expedito de Carvalho, seu nome de batismo, contou ao CidadeVerde.com que não pode falar muito sobre o filme, por questões contratuiais, mas que está bastante animado e, ao mesmo tempo, sentido a grandiosidade de ter que representar o maior ícone do forró. “Luiz Gonzaga é um dos cinco maiores nomes da Música Brasileira. Atualmente, estou com o meu tempo todo dedicado a ele. Estou tentando absorver e respirar ao máximo a obra gonzagueana que é muito extensa”, pontua.

Mas a ligação de Chambinho com o Rei do Baião aconteceu desde a sua mais tenra idade. “Luiz Gonzaga é o pai de todos os sanfoneiros. Desde que eu era criança, eu escutava as músicas do mestre porque meu pai era muito , então eu escutava tudo, desde as mais conhecidas até as desconhecidas”, afirma.

O cantor explica que sua família é da zona rural de Jaicós, do povoado Várzea Queimada, mas que ele nasceu em São Bernardo do Campo (SP), onde mora atualmente, embora desde os três anos venha regularmente ao Piauí e tendo morado em terras piauienses dos 8 aos 13 anos. “Eu me considero jaicoense e todos os anos volto ao Piauí e toco na região de Picos. Ano passado também estive fazendo shows em Teresina”, descreve. O artista diz que sua família tem tradição musical e que começou a tocar pandeiro aos 7 anos, passando pra a sanfona aos 11, já no Piauí.

Filme
O diretor Breno Silveira pretende com “Gonzaga de pai pra filho” mostrar a relação entre Luiz Gonzaga e Gonzaguinha. Em entrevista ao jornal “O Globo”, ele conta que desde o sucesso de “2 Filhos de Francisco” começou a pensar no novo filme biográfico, mas que fez sua opção ao ouvir gravações em cassete de conversas entre os dois.

“Fica claro naquelas gravações o quanto ele desconhecia aquele pai que morreu admirando o filho. Há trechos da conversa deles em que você chora. Trechos em que Gonzaguinha diz: ‘Tô chegando no sertão. Sertão que era do meu pai. Pai que eu não conheci direito.’ Já Gonzagão fala: ‘Mesmo que não tenha sangue meu nas suas veias, você é meu filho’”, conta Breno.

Chambinho deve viver o Rei do Baião no auge do seu sucesso, dos 30 aos 50 anos. Outros dois atores, cujos nomes ainda não foram divulgados também devem encarnar o personagem.

“O roteiro já chegou a ter 300 páginas de tanta história que me contaram. E olha que ainda falta gente para ouvir. Levei seis anos escrevendo esse filme porque aqui estamos tratando de um personagem mítico”, diz Breno. Segundo o diretor, se "2 filhos de Francisco" era a história de um sonho sob a ótica de um pai, seu filme sobre o clã Gonzaga é a saga de um mito vista pelo olhar de seu filho. “Quando Gonzaguinha tinha uns 17 anos, teve uma briga com o pai, que se espantou ao ver um garoto barbado, de esquerda, fazendo música. Gonzagão quebrou o violão do filho e disse que só iria reconhecê-lo se ele tivesse anel de doutor. Sem pedir ajuda, Gonzaguinha se formou em Economia só para entregar um diploma ao pai e foi viver de música. Esse cara fez tudo para conquistar o amor do pai”, finaliza.

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