Imagem: DivulgaçãoGovernador Wilson Martins
O discurso do governador Wilson Martins defendendo o fim do Bolsa Família provocou muitos bochichos. Foi durante discurso no Palácio de Karnak, sexta-feira passada, diante do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. O governador justificou que as pessoas precisam trabalhar mais para ganhar as coisas. "Nós temos que ir acabando aos poucos com esse programa (Bolsa Família). As pessoas vão se sentir mais úteis recebendo o dinheiro com o seu próprio trabalho. É por isso que estamos investindo tanto em criação de empregos no Estado", afirmou.Não é a primeira vez que o governador trata do assunto. Há um mês, precisamente, no dia 27 de maio, também no Palácio de Karnak, ele afirmou que o Piauí precisa acabar com a dependência do Bolsa Família. Naquela ocasião, ele argumentou que está na hora de o Estado proporcionar ao povo uma nova forma de extrair renda. Uma das saídas apontadas pelo governador foi a agricultura familiar.
"Precisamos sair do Bolsa Família. As pessoas têm que começar a serem independentes e arranjarem um outro modelo de renda. A agricultura familiar hoje é uma saída, pois não só tira a pessoa da miséria como pode torná-la classe média. É só o produtor se dedicar", declarou, diante do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, que participou da solenidade onde foi autorizada a liberação de R$5,8 milhões para os assentamentos no Piauí através do Credito Fundiário.
Durante a campanha eleitoral, o então candidato Sílvio Mendes (PSDB) preparou uma pegadinha para o governador Wilson Martins, durante um debate, para que ele dissesse os valores do Bolsa Família. O governador não soube dizer. Não poderia. O assunto não estava entre suas prioridades, embora ele defendesse o programa, colado que estava no governo do PT.
Na sexta-feira, os petistas se entreolharam diante da declaração do governador favorável ao fim do Bolsa Família, porém nada disseram. Não há por que comprar briga agora. Mas deixe chegar a campanha eleitoral! Wilson tem convicção do que prega. As famílias pobres podem conseguir sua libertação pelo trabalho, daí porque o Bolsa Família deve funcionar como paliativo.
*Zózimo Tavares é editor chefe do jornal Diário do Povo
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